domingo, 29 de novembro de 2015

Cadeira Goçalo ou Cadeira Portuguesa

Pode passar despercebida, a se ocultar como mais um elemento integrador da paisagem urbana, mas a cadeira Goçalo é identidade das esplanadas em largos, praças, passeios lisboetas e portugueses.

Embora nas décadas de 30 e 40 do século passado, cadeiras similares tivessem sido vistas em Lisboa, o mestre serralheiro Goçalo Rodrigues dos Santos desenha, em 1953, o modelo definitivo da cadeira que passou a levar o seu nome. Só seria registado nos anos 90 pela firma Arcalo, principal fabricante. 

O prestígio alcançado na atualidade radica nos anos 90, com a preparação de Lisboa como Capital Europeia da Cultura e a construção do Centro Cultural de Belém cujas esplanadas ocupa. Ainda, na mesma época, a Câmara de Lisboa obriga os comerciantes da cidade, nomeadamente da Baixa, ao uso da cadeira portuguesa, mesmo com seleção de cores segundo as diferentes zonas.zonas. Hoje é um atrativo objeto vintage constantemente reinterpretado por desenhadores e exportado a outros países.


Na esplanada do Martinho da Arcada
Confesso que foi após a visita ao MUDE (Museu do Desing e da Moda) que reparei na presença por toda a parte da Cadeira Goçalo.



sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Biblioteca

Vista do exterior
Logo que se entra no recinto da escola pelo portão principal, uma grande vidraça é o primeiro que dá nas vistas e franqueia o interior da biblioteca. Já dentro, no hall ou "PBX" (sigla cujo significado ninguém soube dizer, mas que toda a gente usa), à direita, vários cartazes convidam a entrar.

Ocupa um espaço  não grande, menor do que a biblioteca da nossa escola de Lugo, com muita luz natural. É local hospitaleiro, giro, confortável e alegre.

De curta trajetória, a biblioteca nasceu há cinco anos, deixando de ser um armacém de livros numa outra parte da escola. Os serviços abrangem outros estabelecimentos de ensino sediados nas redondezas da Josefa de Óbidos e integrados no mesmo agrupamento de escolas Padre Bartolomeu de Gusmão. Não é difícil inferir a dificuldade para o alunado escolarizado em colégios próximos usar regularmente a biblioteca, salvo em caso de atividades pontuais.

A primazia espacial não acha correspondência, porém, com os recursos. Uma vantagem em relação com a nossa biblioteca -e com as bibliotecas escolares galegas- é o facto de ser gerida por uma professora bibliotecária que ocupa uma vaga com dedicação a tempo quase completo à biblioteca (apenas leciona numa turma), ainda ajudada por outras pessoas dentre o professorado. De resto, a quantidade de livros é reduzida para uma escola que passa de 1000 alunos, carecendo de materiais em outros suportes (músicas, filmes, e-book...). No entanto, é significativa a variedade de revistas e algun jornal. Os cortes acarretados pela crise impedem a aquisição do mais elementar.

No que diz respeito ao registo de documentos, ainda se dão os passos primeiros. Se a biblioteca é recente, mais o é a existência de professora bibliotecária, a única com formação específica em bibliotecas de toda a escola. Apenas ela cataloga e, para já, é inviável um catálogo online; só hoje começou a instalação de uma rede entre os computadores da sala com acesso ao registo a fim de os utentes não terem que vasculhar entre os livros para encontrarem o que procuram.

Por isto todo, é admirável o trabalho realizado, para além da gestão: atividades com o alunado, alfabetização informacional, encontros com escritoras, palestras; decoração, atenção constante ao alunado, e o que devém menos agradável, agir sem o amparo da grande maioria do professorado e da direção: a biblioteca ainda não é o ponto de encontro da escola e, como costuma a acontecer por as nossas bandas, apenas os miúdos a frequentam.

Ficamos com o intuito de estabelecer um relacionamento entre as bibliotecas de ambas as escolas, mesmo com a possibilidade de trocarmos materiais, sem uso num dos estabelecimentos, mas talvez convenientes, e até necessários, no outro.

Como acho que pode ser do nosso interesse algum dos documentos da BEJO, este é o pequeno espaço que ocupa no site da Josefa de Óbidos.


Biblioteca Josefa de Óbidos on PhotoPeach

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Calçadas


Calçada homenagem à fadista Amália Rodrigues

Se dias atrás falávamos dos céus lisboetas como ícones da cidade, as calçadas não os invejam; céus, chãos e paredes transmitem uma singularidade especial; será que têm qualquer coisa a ver com o ambiente alfacinha, namorador e envolvente? 


Nascida em Lisboa em meados do século XIX, a calçada portuguesa tal e como hoje a conhecemos espalhou-se por todo o país e pelo mundo. Ao que parece, a primeira calcetou-se na Praça do Rossio e foi inspirada no canto IV de Os Lusíadas de Camões.

Mas nem tudo o que diz respeito às calçadas é assim tão bem sucedido. Quando tive que puxar da mala apenas uns metros, logo soube dos problemas de acessibilidade que acarretam os pavimentos. No mês inteiro, não vi  cadeira de rodas nenhuma, e saibam que fiz imensas caminhadas, a dona da família que me acolhe, de oitenta e tal anos, já caiu duas vezes na rua... 

É assim que uma parte da cidadania questiona a pervivência da calçada e nascem os opostos: património ou segurança, beleza ou conforto.  De um lado, quem quer manter uma herança única; do outro,  as pessoas que desejam uns passeios mais seguros. 




À partida, parece que a calçada artística, realizada artesanalmente (a das imagens), vai ser protegida. Porém, ainda não se sabe com certeza o que vai acontecer com os pavimentos de paralelepípedos brancos de  outros passeios: os calceteiros são insuficientes para a manutenção -apesar de existir um escola gerida pela Câmara Municipal-; ainda, a questão da acessibilidade não favorece  a pervivência, mesmo existindo vozes críticas que consideram a insegurança da calçada uma falácia porque, desde que seja bem cimentada e mantida, devém um chão confortável. Apesar das contestações, a Autarquia iniciou já o Programa Pavimentar Lisboa do que desconhecemos  pormenores que nos permitam conhecer o que está por acontecer.
-                                                                                                                                       Para saberem mais


domingo, 22 de novembro de 2015

Aulas de literatura: Fernando Pessoa

Se antes de ter vindo me tivessem perguntado pelo escritor de que gostaria que se ocupassem nas aulas de literatura a que ia assistir, escolheria Fernando Pessoa -ou Álvaro de Campos-. Nem me perguntaram, como é lógico, nem foi bem assim, mas calhou serem Alberto Caeiro e Ricardo Reis os poetas que estão a ser estudados em 12º ano: é a fortuna que me está a acompanhar neste estágio.

Para quem não souber, os poetas referidos, nascidos literariamente do primeiro, Pessoa, constituem a sua grande criação: os denominados heterónimos -em que se acabou por incluir o próprio ortónimo. Personalidades poéticas diferentes, com percurso vital diferente, e que mesmo polemizam entre si, dão vida a uma obra talentosa como poucas e nascida de um homem que são muitos.

Mas não tenciono tratar aqui de literatura. Apenas reflexionar sobre a forma de a abordar no currículo do ensino secundário português e nas aulas.

Nos diferentes anos, estuda-se literatura, não apenas história da literatura. No secundário, são quatro grandes personalidades das letras portuguesas -com referências a outras literaturas- que se trabalham com pormenor. A partir dos textos literários aborda-se o estudo da língua. Fernando Pessoa, Camões, José Saramago e L. de Sttau Monteiro são os autores estudados em 12º ano.

Acho mais racional esta forma de enfrentar os estudos de língua e de literatura daquela a que nos obrigam os nossos planos curriculares, reiterativos a cada dois anos e  que dificilmente permitem aprender literatura. E o que é pior: acaba por ser difícil que o alunado goste das obras, dos textos, por falta de tempo para aprofundar neles e mostrar a maneira de poderem conetar com os conteúdos.

Deixo-vos hoje com uns petiscos de uma atividade que se está a desenvolver na cidade, Dias do Desassossego, gerida pela Fundação José Saramago e a Casa Fernando Pessoa, a partir da obra destes vultos literários:



segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Lx Type: fonte oficial de Lisboa


Não há muito tempo que soube da existência desta fonte, que é a oficial de Lisboa.


Para além da luz, os elétricos são  um elemento da paisagem alfacinha e já um ícone. E nestes dias do verão do marmelo, nos céus lisboetas os cabos que os alimentam tecem redes que, por momentos, entram em competência com as riscas dos aviões, a toda a hora sobrevoando a cidade.



Aqui, podem saber mais deste tipo de letra: mesmo é possível descarregarem a fonte, conhecerem histórias que dizem respeito dela, etc. Foi de aí que tirei a imagem de fundo deste blogue.



Céus e elétricos on PhotoPeach