quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Calçadas


Calçada homenagem à fadista Amália Rodrigues

Se dias atrás falávamos dos céus lisboetas como ícones da cidade, as calçadas não os invejam; céus, chãos e paredes transmitem uma singularidade especial; será que têm qualquer coisa a ver com o ambiente alfacinha, namorador e envolvente? 


Nascida em Lisboa em meados do século XIX, a calçada portuguesa tal e como hoje a conhecemos espalhou-se por todo o país e pelo mundo. Ao que parece, a primeira calcetou-se na Praça do Rossio e foi inspirada no canto IV de Os Lusíadas de Camões.

Mas nem tudo o que diz respeito às calçadas é assim tão bem sucedido. Quando tive que puxar da mala apenas uns metros, logo soube dos problemas de acessibilidade que acarretam os pavimentos. No mês inteiro, não vi  cadeira de rodas nenhuma, e saibam que fiz imensas caminhadas, a dona da família que me acolhe, de oitenta e tal anos, já caiu duas vezes na rua... 

É assim que uma parte da cidadania questiona a pervivência da calçada e nascem os opostos: património ou segurança, beleza ou conforto.  De um lado, quem quer manter uma herança única; do outro,  as pessoas que desejam uns passeios mais seguros. 




À partida, parece que a calçada artística, realizada artesanalmente (a das imagens), vai ser protegida. Porém, ainda não se sabe com certeza o que vai acontecer com os pavimentos de paralelepípedos brancos de  outros passeios: os calceteiros são insuficientes para a manutenção -apesar de existir um escola gerida pela Câmara Municipal-; ainda, a questão da acessibilidade não favorece  a pervivência, mesmo existindo vozes críticas que consideram a insegurança da calçada uma falácia porque, desde que seja bem cimentada e mantida, devém um chão confortável. Apesar das contestações, a Autarquia iniciou já o Programa Pavimentar Lisboa do que desconhecemos  pormenores que nos permitam conhecer o que está por acontecer.
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